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Ser Senhora

Esta é a história de como me tornei Senhora. Uma Senhora a sério.

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Aventuras de uma Senhora: Desafios

Março 29, 2019

Desafio (quase) concluído

 

Em Março (que esta quase a acabar) propus-me a passar o mês inteiro sem comer doces. Mais especificamente açucares processados, porque continuei a comer fruta e aspartame (nas pastilhas). Falhei. Falhei, mas pelo menos apercebi-me do quão enraizada está a cultura do açúcar, doces e sobremesas, na nossa sociedade. Passei o mês de a dizer não. Não obrigado. Estou a tentar evitar açúcar. Dizer não a mim própria quando via as pessoas à minha volta a comer brownies. Dizer não quando via os bolos e tartes na padaria quando vou comprar pão. Dizer não a corredores inteiros do supermercado. Mesmo assim, apesar de todos os nãos, acabei por comer açúcar em quatro ocasiões:

 

  1. Pequeno almoço de despedida de uma colega. Porque é falta de empatia não partilhar o pequeno almoço (aka croissant) quando um colega próximo se vai embora.
  2. Limonada no restaurante. Porque sempre que vou àquele restaurante peço uma limonada e, quando me apercebi, já tinha bebido metade da garrafa. Como de qualquer forma ia pagar, e o mal já estava feito, bebi o que restava até ao fim.
  3. Outro pequeno almoço de despedida. Desta vez eram bolos caseiros. A bem dos bons relacionamentos laborais tive de provar um dos bolos. E à tarde, como estava cheia de fome e comi bolo outra vez.
  4. Uma bebida de morango e gelo. Na minha inocência achei que por ser de fruta não ia ter açúcar adicionado. Erro crasso.

 

Até nos meus sonhos falhei. Em 30 dias sonhei duas vezes que comia açúcar, uma vez chocolate, e a outra um Paris Brest (que é uma sobremesa de que eu nem gosto assim tanto). Claro que mesmo em sonhos me lembro que não é suposto comer açúcar e, de cada uma das vezes, arrependi-me e senti-me mal comigo mesma por falhar. Acho que me culpabilizei mais em sonhos do que na vida real.

 

O mais difícil durante este desafio não foram os dias de semana normais. O difícil mesmo foi estar a passear fora de casa e ter vontade de comer um lanchinho. Na maior parte dos sítios as únicas opções disponíveis são coisas açucaradas. E o pior mesmo é ver os outros a pedir sobremesas de ótimo aspeto e eu ficar a aguar.

 

Para as próximas vezes, para evitar comer açúcar ou coisas-pouco-saudáveis, tenho que me prevenir com fruta e frutos secos. É o único lanche que me consigo lembrar que seja fácil a transportar e que dê muito pouco trabalho a preparar. Vocês têm outras ideias?

 

Para este post não ser só a falar da minha vida, aqui estão duas estatísticas interessantes:

 

  • Um português consome em média 31 quilos de açúcar por ano (fonte: INE)

 

  • Os franceses são ainda mais gulosos que nós e consomem 35 quilos por ano por pessoa  (fonte: franceinfo)

The+Awkward+Yeti+-+carbs.jpeg

(Para trás hidratos, não vou ser tentado pelo vosso canto da sereia / Diabólico)

Daqui

Desafio em curso

Desde o primeiro dia da Quaresma que estou a escrever um diário. É um diário um pouco particular que o José Gabriel partilhou aqui no blog, estou muito curiosa para ler tudo o que escrevi assim que a Quaresma acabar. Já vou a meio, até agora percebi que tenho muito poucas palavras para descrever sentimentos, que há assuntos de que não gosto de escrever em português, que as primeiras horas do meu dia influenciam quase tudo resto e que, quanto mais cansada estou, menos me lembro do que fiz durante o dia. Aqui está o meu monitoramento:

WhatsApp Image 2019-03-30 at 01.06.23.jpeg

Também já falhei duas vezes. Estava em Lyon e fui-me deitar tão tarde que o único pensamento coerente no meu cérebro era cama. Nem sequer me lembrei que era suposto escrever.

 

Desafio de Abril

Para Abril o meu desafio é de Finanças Pessoais. Ao contrario do ano passado em que apontei cuidadosamente todas as minhas despesas, este ano tenho sido uma baldas. Tenho andado a poupar aleatoriamente. Não olho para os preços das coisas antes de as comprar. Não tenho apontado quase nada do que gasto. Não doei nada este ano. O meu desafio é passar o mês a organizar, otimizar e automatizar o mais possível as minhas finanças.

 

Se tudo correu bem, vou partilhar aqui no blog as ações que for tomando. Podem juntar-se a mim 

A Minha Rotina de Pele III

Março 22, 2019

Há cerca de ano, escrevi um pouco sobre a minha rotina de pele, numa tentativa de fazer um sumário daquilo que aprendi nas minhas pesquisas sobre cosmética (com a ressalva de que há gente muito mais educada que eu na blogosfera portuguesa) e com os produtos que estava a utilizar na altura.

 

Apesar da base da minha rotina não ter mudado muito, e de continuar a ser baseada no artigo de 2018, os produtos que uso mudaram completamente. Porquê? Desejo de variedade. Não testo mil produtos por ano, espero até que um produto se acabe totalmente para por experimentar outro, mas mesmo assim consigo ir experimentando coisas novas.

20190321_214700.jpg

Limpeza

Foaming Cleanser, Cerave

 

Esta marca é um dos produtos de limpeza mais populares (ou falados) para peles acneicas. Claro que quando o vi na farmácia aqui da terra, a um preço simpático, decidi que ia ser o meu próximo gel de limpeza. Cumpre os meus principais critérios para um gel de limpeza, não têm tensioativos agressivos (SLS por exemplo) e tem um ph ácido (semelhante ao da pele). 

 

O único problema é que tem como ingredientes Phenoxyethanol, PEG-120 e Disodium EDTA. Ao que parece, de acordo com a aplicação Yuka, o primeiro é um potencial disruptor endócrino, irritante e potencial alérgeno. O segundo um irritante e o terceiro pode favorecer a passagem de alguns substancias através da barreira cutânea. Como este é um produto enxaguado, o PEG-120 e Disodium EDTA não me parecem muito preocupantes, mas o Phenoxyethanol deixa-me um pouco desconfortável. Como só descobri isto depois de comprar o gel, aliás já ia a meio, vou usa-lo até ao fim e ser mais cuidadosa quando comprar o meu próximo agente de limpeza.

 

Uso o Foaming Cleanser da Cerave todos os dias, de manhã e à noite.

 

Água

Atoderm SOS Spray, Bioderma

 

Borrifar é o passo mais luxuoso da minha rotina e também uma forma rápida e fácil de hidratar a pele. Principalmente se usarem águas com efeito extra hidratante, como esta da Bioderma (review aqui). Apesar de na altura não estar muito contente com o produto, agora, passados mais algumas semanas, noto que a minha pele está suave e repulpada na manhã seguinte à utilização. Como comprei 50ml estou quase a chegar ao fim, mas quero continuar a minha saga de testar àguas borrifantes que sejam extra hidratantes.

 

Uso o Atoderm SOS Spray da Bioderma à noite, quando não uso ácidos.

 

Ácido

Skinoren, ácido azelaico. 

 

Como continuo a ter tendência para acne, usar um àcido regularmente é fundamental para manter os pontos negros e brancos sobre controlo. O ano passado estava a usar ácido salicilico, desta vez decidi experimentar o ácido azelaico, que também é recomendado para quem tem acne. Como de costume, precisei de um tempo até que a minha pele se habituasse, e introduzindo-o lentamente na minha rotina. Comprei-o numa farmácia em Portugal, sem ser preciso receita médica. Como tudo o resto que eu possa escrever sobre ácido azelaico vai ser redundante, podem ir diretos a este artigo.

 

À data de hoje, uso o Skinoren - ácido azelaico, 3 vezes por semana (domingo, terça e quinta) à noite, logo após limpar pele.

 

Sérum

Sérum de Niacinamida, The Ordinary

 

O ano passado tinha mencionada que queria experimentar o sérum de niacinamida da The Ordinary. Este parece ser um dos poucos ingrediente que tem estudos científicos que comprovam a sua eficácia, notavelmente ao nível de regulação da produção de sebo e da ação anti-inflamatória. Comprei  o sérum na loja física de Deciem, porque em Janeiro fui a Londres (pela primeira vez!) e aproveitei para passar pela loja. Não sei se estou a experimentar os tais benefícios testados cientificamente, mas a minha pele tem um tom uniforme (nada de vermelhidões).

 

Uso o Sérum de Niacinamida da The Ordinary todos os dias, de manhã. Ponho uma goto na testa, uma em cada bochecha e depois espalho.

 

Creme Hidratante

Ultra Sensitive, Eurecin

 

Durante o ano passado, além do período curto em que utilizei creme do corpo também na cara, alternei entre dois cremes hidratantes, o Sensidiane da Noreva e o Sensifine da SVR. Este ano queria experimentar cremes novos, desde que cumprissem com os seguintes critérios: nada de silicones nem óleos minerais, para peles sensíveis e menos de 20 euros por embalagem. Encontrei o Eurecin na farmácia, e já vou na segunda embalagem. Este creme só tem estritamente necessário (13 ingredientes no total), mas vem numa embalagem de 50 ml que se gasta num instante. O creme não tem cheiros especiais (não há fragrâncias na composição), absorve rapidamente e nada mais tenho a dizer, que é o que eu pretendo de um creme hidratante.

 

Uso o Ultra Sensitive da Eurecin de manhã e à noite como ultimo passo da rotina. 

 

A minha rotina é mais ou menos isto:

 

 

 

AM

PM

Limpeza

Cerave

x

x

Ácido

Acido Azelaico

 

x (uso alternado)

Água

Bioderma

 

x (uso alternado)

Sérum

Niacinamida

x

 

Creme hidratante

Eurecin

x

x

 

Para motivar as pessoas que ainda não têm uma rotina de pele e usam a desculpa da falta de tempo, decidi cronometrar quantos minutos que demoro a completar a minha rotina da manhã e da noite. O resultado foi:

 

AM: 2 minutos e 24 segundos

PM: 2 minutos e 14 segundos (fica para domingo)

 

A desculpa da falta de tempo é pouco válida. De resto é como tudo na vida, é preciso ter vontade e gosto naquilo que se faz.

 

Fora da rotina mas que impactam a pele

Continuo a evitar todo o tipo de lacticínios. Continuo a tentar beber água suficiente (pelo menos 1 litro por dia, sem contar com outros líquidos). Continuo a não por a cara debaixo do chuveiro. E, por falta de ocasião, quase nunca uso maquilhagem.

 

Próximos passos

As outras coisas que devia implementar na minha rotina são exatamente as mesmas de que falei no post de 2018: creme de olhos e protetor solar.

 

Em relação ao creme de olhos, se calhar devia/precisava/está na hora de usar um creme de olhos, tenho algumas rugas à volta dos olhos, principalmente quando me rio. Eu sei que devia começar a tomar algumas ações para desacelerar o aparecimento de rugas, mas por preguiça, ainda não me dediquei a investigar o que é que faz um bom creme de olhos, que ingredientes devo evitar e quais devo procurar. Se tiverem sugestões agradeço.

 

Como uso ácidos regularmente, a minha pele está mais sensível e precisa de proteção solar. Mas, ainda não estou totalmente convencida, porque o sol não abunda por estes lados e a vitamina D é me muito preciosa (este inverno foi tão mau que tive de tomar um suplemento prescrito para combater a tristeza invernal). Como ainda não percebi a relação o protetor solar e a absorção de vitamina D, vivo num sitio com 1800 horas de sol por ano (por comparação, Portugal tem em média 3200 horas de sol por ano), e passo a maior parte dos dias dentro de edifícios acho que o risco para a minha pele não é assim tão grande. O fator preguiça também entra aqui, se usar protetor tenho que começar a fazer double cleansing, coisa que não me apetece nada.

Aventuras de uma Senhora: Comprar um Soutien

Março 15, 2019

A compra do meu primeiro soutien-decente foi um acontecimento tão importante que está narrado neste blogue. Hesitei bastante antes de o comprar, na altura (e ainda hoje), gastar 40 euros num soutien não era algo para fazer de ânimo leve. Hoje, 5 anos depois, confirmo que foi uma boa decisão. Este soutien continua impecável e continuo a usá-lo várias vezes por semana.

 

Utilizei o que aprendi com a primeira compra para, a pouco e pouco, construir uma coleção de soutiens-decentes para todas as ocasiões. Na verdade, não é uma coleção assim tão grande, mas é completamente adequada às minhas maminhas. Ter um soutien que assente bem é decisivo a nível de conforto e da forma como a roupa assenta no corpo.

 

E assim cheguei aos dias de hoje. Estava a precisar de um soutien novo para usar no dia a dia, liso e de cor clara, para poder usar com t-shirts e camisas de seda. Adiei o mais que pude (não gosto muito de fazer compras e ainda menos de soutiens), mas chegou um ponto em que não conseguia adiar mais.

 

Assim começou a minha busca e a minha punição. Primeiro fui a uma loja de roupa interior, mas os soutiens do meu tamanho pareciam que não me seguravam as mamas. Depois fui a uma loja de roupa, mas o modelo que queria tinha espaço a mais nas copas e deixava-me as mamas bicudas. Neste ponto estava a começar a ficar frustrada, mas mesmo assim não desisti. Fui à versão francesa do El Corte Inglés e peguei em todos os soutiens que pareciam ser do meu tamanho e que correspondiam mais ou menos ao que procurava. Este pequeno monte correspondeu aos critérios:

WhatsApp Image 2019-03-16 at 00.41.49.jpeg

Experimentei todos e fiz uma primeira seleção. Liguei à minha mãe a queixar-me da vida. Depois experimentei os que passaram à segunda e selecionei dois. Vesti um, li alguns artigos no telemóvel para passar o tempo, vesti o outro, esperei mais um pouco e, com muita dificuldade, lá consegui escolher um. Não devo ter demorado mais do que uma hora.

 

Como a maior parte das pessoas que leem este blogue são Senhoras, acho que se identificam com a dificuldade que é encontrar um bom soutien. Afinal, um soutien demasiado apertado impede a respiração, se estiver mal ajustado vai fazer com que as alças se cravem nos ombros, ou que os aros se espetem nas costelas, ou vai esborrachar as maminhas. Uma vez que é uma peça de roupa usada durante tanto tempo, que se não for adequada, pode até causar problemas de peito ou de coluna.

 

Como encontrar um bom soutien?

 

1. Saber o tamanho certo

O tamanho dos soutiens é composto por um número, diz respeito à circunferência do torso, e uma letra, que corresponde ao volume do peito. Para descobrir o tamanho certo, o ideal é fazer um bra-fitting com alguém especializado que possa aconselhar um tamanho, modelos e que perceba como é que o soutien deve assentar. Quem é autodidata, e quer saber o tamanho do peito sem sair de casa, só precisa de uma fita métrica.

 

October 25, 201.jpg

daqui

 

A primeira medida [A] deve ser feita abaixo das maminhas, em expiração e da forma mais justa possível. A Dama de Copas sugere que sejam retirados 5-10 cm ao valor medido, para obter o número de soutien. A segunda medida [B] dever ser tirada no ponto mais largo do peito (mamilos) em inspiração. 

 

Depois das medidas feitas é só procurar cada uma delas nas tabelas a baixo, gentilmente copiadas do site da Intimissi.

 

Número [A]

Screen Shot 2019-03-15 at 23.33.49.png

Letra [B]

Screen Shot 2019-03-15 at 23.34.13.png

Por último, é importante ter em conta que o tamanho do peito pode variar devido a hormonas, mudanças de peso, gravidez, etc, e como tal, um tamanho de soutien que era correto há uns anos pode não ser correto hoje.

 

2. Ter o modelo certo

Se o tamanho de soutien é algo mais ou menos cientifico, escolher um modelo é muito mais subjetivo. Cada par de maminhas tem uma configuração única, e como tal um soutien produzido em massa pode apenas aproximar-se da forma do peito. Não há modelos universais, a única solução é experimentar até encontrar o "tal". 

 

Cinema_Mudo_Imagem_6.jpg

daqui alguém me explica o que é um "Balconnet"?

 

3. Confirmar que o soutien assenta bem

O soutien deve ser fechado nos colchetes mais largo.

As costas do soutien devem estar perpendiculares ao corpo e alinhadas com a parte da frente.

Os aros devem assentar no tórax, não devem ficar no ar ou em cima das maminhas.

O peito não deve ficar de fora do soutien, as copas devem acompanhar o peito sem o esborrachar nem deixar espaços vazios.

O soutien não deve mexer quando se levanta os braços.

 

4. Onde comprar

Eu continuo a gostar da Triumph, a loja onde comprei o primeiro soutien. Gosto do bra-fitting gratuito, do atendimento e do aconselhamento, da variedade de tamanhos, modelos e da qualidade dos soutiens.

 

Um sitio que me surpreendeu foi a Primark, os soutiens são muitos baratos e há tantos modelos e tamanhos que é possível encontrar algo que se adeque ao vosso corpo. Claro que na Primark é cada um por si, mas se souberem reconhecer um soutien adequado não haverá problemas.

 

Por último, recomendo qualquer loja que tenha vários modelos e marcas disponíveis tais como as lojas de departamento.

 

5. Cuidados

Os soutiens novos devem ser usados nos colchetes mais largos, isto garante que o soutien mantém o tamanho de origem durante o maior tempo possível. À medida que o soutien for ficando lasso podem ir usando os colchetes mais apertados.

 

Os soutiens devem "descansar" entre usos, para assegurar que a forma original se mantém.

 

Ao lavar, o melhor é colocar o soutien num saco de roupa interior, para evitar fricção ou que fique preso a outras peças de roupa. Como os soutiens são maioritariamente sintéticos não se deve adicionar amaciador à lavagem.

 

Boa sorte Senhoras. Ninguém merece usar soutiens desconfortáveis.

Guest Post: Ser como as Árvores

Março 06, 2019

Hoje temos um gest post do José Gabriel. O José Gabriel escreve no Tales and Travels e é a pessoa com mais talento para escrever que eu conheço na vida real. Já andava a massacra-lo há meses para escrever algo para o Ser Senhora e finalmente aconteceu. Sem mais delongas, deixo-vos com o artigo:

 

A melhor forma de crescer enquanto pessoa é fazer como as árvores: um bocadinho de cada vez, e respeitando os ritmos naturais.

 

Lembro-me quando comecei o meu caminho no desenvolvimento pessoal, que tinha por hábito fazer grandes metas, grandes planos, e o resultado era inevitavelmente o mesmo. Um mês depois de começar falhava e ficava frustrado. Percebi que isso não funcionava, e mudei a forma como ajo.

 

Quando quero mudar alguma característica em mim, começo por fazer algo pequeno mas que me leve na direção que me interessa. Sei que aquele acto vai mudar a forma como me vejo a mim mesmo, e partindo daí é mais fácil fazer alterações maiores.

 

Por exemplo

 

Um diário em três partes

 

Para nos tornarmos o que queremos ser precisamos de duas coisas. A primeira é saber quem somos. A segunda é o que queremos ser. Um dos problemas em saber quem somos é que temos uma memória imperfeita, e então a nossa ideia de que somos acaba por se impor para tapar os buracos. Por exemplo, durante a minha adolescência era bastante tímido. E apesar de já não me comportar dessa forma à anos, só reparei que não era tímido nos últimos meses.

 

O que venho partilhar é uma ferramenta que tem sido muito útil para eu perceber quem sou. É um tipo de diário que faço, bastante diferente dos diários normais.

 

Começo com um caderno A4, no qual divido as páginas em três colunas. Na primeira coluna escrevo “Fiz”, na segunda “Pensei” e na terceira “Senti”.

 

Preencher o diário é fácil. Escrevo uma atividade, por exemplo, p.e. “levantar-me da cama”, e depois escrevo o que pensei durante o tempo todo que estive a rebolar, e por fim o que senti, ligado aos vários pensamentos.

Screen Shot 2019-03-02 at 20.21.16.png

 

Esta ligação permite-me ver de que forma o que ando a fazer afeta o meu humor, e de que forma os meus pensamentos e sentimentos estão ligados. E por fazer isto ao fim do dia, todos os dias, ainda tenho memória da grande maior parte das coisas que fiz, pensei e senti.

 

Ao fim de uma semana ou coisa do género, consigo começar a ver padrões, e com consciência deles consigo escolher se há comportamentos que quero eliminar, ou outros que quero cultivar.

 

Para não ser só despejar o que aconteceu, escrevo no final da página três pontos:

 

O que correu bem. Ajuda-me a identificar comportamentos a manter ou fazer crescer.

 

O que pode melhorar.  Aqui escrevo as coisas que aconteceram e que quero mudar. Torna muito mais fácil ver os comportamentos que quero alterar. Por vezes escrevo logo alternativas de comportamento que quero implementar.

 

O que aprendi. Acredito sempre que há algo a aprender todos os dias, e assim sou obrigado a refletir no que o dia teve para me ensinar.

 

O diário trata da primeira metade, de ter consciência do que quero manter e do que quero mudar. O desafio está na segunda parte, levar as lições para o mundo real. 

 

Tal como no ano passado, gosto sempre de fazer um Desafio Quaresmal focado no desenvolvimento pessoal. Em 2019 o meu desafio é escrever um diário tal como o José Gabriel sugere. Se se quiserem juntar a mim, e preferem escrever no computador, podem descarregar este template que o José Gabriel preparou. 

Utilizar Telemóvel de Forma Consciente

Março 02, 2019

Este post é altamente influenciado por um vídeo do Sr. Matt d'Avella sobre como reduzir o tempo passado em frente a ecrãs. Eu trabalho em frente a dois ecrãs. Em casa passo grande parte do meu tempo livre em frente ao ecrã do portátil. O único tempo de ecrã que me é fácil de reduzir é o tempo que passo colada ao ecrã do telemóvel.

 

Comecei por que questionar porque é que preciso de um telemóvel na minha vida. Identifiquei 3 grandes razões: comunicar, conveniência e entretenimento.

 

A razão fundamental pela qual tenho um telemóvel é para comunicar com as pessoas importantes da minha vida. Ligo aos meus pais com mais-ou-menos frequência, envio mensagens à família, converso com o Momé ao longo do dia e vou mantendo o contacto com os amigos que estão longe (coisa que devia fazer com mais frequência). 

 

Depois uso uma série de aplicações que não são essenciais, mas que me facilitam muito a vida. A mais importante de todas é o alarme, que me acorda todas as manhãs. Outras aplicações convenientes são o Google Maps para não me perder, a câmara para as poucas vezes em que tiro fotos, o Toshl para registar as despesas, e várias aplicações de transportes diversos para organizar as minhas viagens/deslocações.

 

Por último uso o telemóvel para me entreter. Ponho-me a par dos blogs que leio, passo os olhos pelo LinkedIn, pesquiso e leio coisas aleatórias na internet. Às vezes também aproveito para ir lendo alguns livros. Até ao fim de Janeiro a aplicação onde gastava mais tempo era o Reddit, mas posso dizer que o meu desafio de Fevereiro foi bem sucedido e não olhei para o Reddit nem uma vez durante o mês que passou*. Como nunca me converti ao Instagram e apaguei o Facebook à quase um ano, não uso as redes sociais que acredito serem os maiores sugadores de tempo da generalidade das pessoas. 

 

A seguir quantifiquei o tamanho do meu problema e descobrir quanto tempo é que passo a olhar para o ecrã. Instalei a aplicação "Usage Time" e, fazendo uma média a olho, parece que passo cerca de 2h30 a usar o telemóvel e que 60 desbloqueios por dia.

 

steak night.jpg

De acordo com o Expresso a média nacional são 2h30 por dia a olhar para o ecrã e mais de 150 desbloqueios diários. Eu até não estou muito mal no que toca a desbloqueios, mas tenho que diminuir as minhas horas de uso.

 

O meu objetivo não é unicamente reduzir o tempo que que passo no telemóvel. O meu verdadeiro objetivo é utilizar o telemóvel de forma consciente, deixar de desbloquear o telemóvel n vezes por dia só para ver se recebi alguma notificação, deixar de fazer mindless scrolling, deixar de olhar para o telemóvel para ter segundos de distração em alturas em que devia estar concentrada (principalmente enquanto estou no escritório), e deixar de ficar vidrada num ecrã quando deveria estar a conviver com as pessoas à minha volta.

 

Estando a análise feita e uma visão establecida, decidi passar à ação e aplicar algumas das medidas sugeridas pelo Sr. Matt.

 

1. Por telemóvel no silencio

 

2. Por o ecrã a preto e branco

Para quem tem Android: Definições > Acessibilidade > Visão > Cinza

O telemóvel fica quase repulsivo quando está em cinzento. Pode ser que daqui a uns tempos me habitue, mas por enquanto apetece-me larga-lo o mais depressa possível.

 

3. Bloquear a luz azul

Ao que parece a luz azul afeta os padrões de sono e pode contribuir para acelerar o envelhecimento da pele. Utilizo a aplicação "Blue Light Filter - Night Mode, Night Shift" que deixo ativa o dia todo.

 

As técnicas mencionadas a cima são medidas passivas. Para realmente conseguir ter uma utilização mais consciente (e menor) do telemóvel tenho que melhorar ativamente os meus hábitos.

 

As manhãs são o meu momento mais produtivo, e há nada melhor para destruir um dia produtivo como olhar para o telemóvel a cada 10 minutos. Se tiver o telemóvel em cima da secretária já sei que vou desbloqueá-lo um sem número de vezes, portanto, estou a cultivar o hábito de deixar o telemóvel dentro da mala durante o período da manhã.

 

Durante a parte da tarde é mais difícil resistir, chego ao ponto de em que não consigo desgrudar os olhos do ecrã, ou então a cada 3 minutos e tenho que dar uma mirada rápida ao telemóvel. Quando a situação está mesmo muito critica peço a um colega para me esconder o telemóvel.

 

Ao final do dia, quando chego a casa, em vez de estar colada a um ecrã pequenino, deixo o telemóvel no móvel da entrada, ignoro-o quase completamente e agarro-me ao portátil. Eu sei que o objetivo não é substituir um ecrã por outro, mas o vício do portátil tem que ser abordado noutra altura.

 

Aqui esta o vídeo que me inspirou:

 

*Em Março o meu desafio é passar o mês sem comer açúcar. Já comi um coissant, mas voltarei ao bom caminho assim que acabar este  pain au chocolat

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